São tantas as cartas que te escrevi, tantos os segredos que te contei, deixei-te tantos recados e nunca te consegui dizer o importante.
Tivémos conversas intermináveis, partilhamos lágrimas e gargalhadas e quando dávamos por nos estava outra vez na hora de deitar ou partir.
Amamos as mesmas pessoas e por elas tantas vezes discordamos, amamos-nos mutuamente e tantas vezes discutimos, mas o que era mesmo importante ficou intocável.
Sabes-me como nunca ninguém me soube, conheces cada uma das minhas dores e sentes-me quando feliz. Sei-te como a mim própria e conheço de cor cada uma das tuas cicatrizes e rugas e sinto-te quando vibras, Um só olhar, apenas um sorriso ou o encontro das nossas mãos, engolimos em seco e a nossa unificação é patente.
Choraste comigo sem saberes porquê e leste as minhas cartas sem fim e os meus poemas sem poesia, entendias os meus desenhos quando se via um chapéu e eu queria desenhar um elefante.
Cobraste-me vezes sem fim o amor que me davas e eu nunca consegui pagar nem um por cento desse amor. Agora compreendo a cobrança: era o teu pedido de um pedacinho de amor. E eu nunca te disse... aliás até disse! Tantas vezes te disse "amo-te", mas nunca saiu com a força com que o sentia. Como quando sonhamos que é vital correr e não saímos do mesmo lugar, assim são as minhas palavras quando digo que te amo.
Conheces esses meus sonhos não e? Tantas vezes te sentaste ao meu lado na cama e me acalmaste dando-me a certeza que não passava de um sonho.
Deste-me a tua vida! Toda ela dedicada a mim. Amaste quem eu amava só porque eu amava. Eu vi. Eu vi o teu amor. Senti-o todos os minutos da minha vida desde que nasci. Senti-o nos meus poros quando estava doente e não saias do meu lado. Senti o teu amor quando passeávamos de mãos dadas e quando estava longe.
Dispuseste-te a dar a tua vida em troca de umas horas de felicidade minha.
Como é possível não conseguir dizer-te o quanto te amo?
Com o passar dos anos revejo-me em ti. Tudo aquilo por que passaste eu passo, desde as amarguras da vida, a infelicidade de não ser-mos saudáveis. Ponto por ponto, doença por doença, filho por filho, a ausência do amor da nossa vida, eu sou a tua repetição, eu sou tu noutro espaço, tu foste o que sou.
Serás imortal enquanto eu viver porque somos a mesma pessoa.
Cresci tão depressa que te apanhei. Começo a ter cabelos brancos como os teus, as mesmas manchas na pele e a articulação que te doí em mim começa a falhar.
Tudo em ti é eu. A excepção da demonstração de amor. Porque não consigo dar-te o meu amor da mesma forma que me deste o teu?
Apesar de desnecessário disseste-o tantas vezes e eu já o tinha sentido em todos os teus gestos. Tudo o que fazes por mim é amor. Tu és a definição. Tu és amor.
Nunca um verbo foi tão cheio!
Lembro todas as palavras e ensinamentos, lembro todos os gestos e reprovacoes, os ralhetes e "secas", os falsos moralismos, como lhe chamavam, lembro os teus defeitos de carácter e amo cada um deles.
Estou aqui, ao teu lado ate ao fim. Se partires procurar-te-ei até renasceres, serei tu na perfeição que desejaste ter. Amo-te Mãe, da-me outra vez o teu colo.
Amamos as mesmas pessoas e por elas tantas vezes discordamos, amamos-nos mutuamente e tantas vezes discutimos, mas o que era mesmo importante ficou intocável.
Sabes-me como nunca ninguém me soube, conheces cada uma das minhas dores e sentes-me quando feliz. Sei-te como a mim própria e conheço de cor cada uma das tuas cicatrizes e rugas e sinto-te quando vibras, Um só olhar, apenas um sorriso ou o encontro das nossas mãos, engolimos em seco e a nossa unificação é patente.
Choraste comigo sem saberes porquê e leste as minhas cartas sem fim e os meus poemas sem poesia, entendias os meus desenhos quando se via um chapéu e eu queria desenhar um elefante.
Cobraste-me vezes sem fim o amor que me davas e eu nunca consegui pagar nem um por cento desse amor. Agora compreendo a cobrança: era o teu pedido de um pedacinho de amor. E eu nunca te disse... aliás até disse! Tantas vezes te disse "amo-te", mas nunca saiu com a força com que o sentia. Como quando sonhamos que é vital correr e não saímos do mesmo lugar, assim são as minhas palavras quando digo que te amo.
Conheces esses meus sonhos não e? Tantas vezes te sentaste ao meu lado na cama e me acalmaste dando-me a certeza que não passava de um sonho.
Deste-me a tua vida! Toda ela dedicada a mim. Amaste quem eu amava só porque eu amava. Eu vi. Eu vi o teu amor. Senti-o todos os minutos da minha vida desde que nasci. Senti-o nos meus poros quando estava doente e não saias do meu lado. Senti o teu amor quando passeávamos de mãos dadas e quando estava longe.
Dispuseste-te a dar a tua vida em troca de umas horas de felicidade minha.
Como é possível não conseguir dizer-te o quanto te amo?
Com o passar dos anos revejo-me em ti. Tudo aquilo por que passaste eu passo, desde as amarguras da vida, a infelicidade de não ser-mos saudáveis. Ponto por ponto, doença por doença, filho por filho, a ausência do amor da nossa vida, eu sou a tua repetição, eu sou tu noutro espaço, tu foste o que sou.
Serás imortal enquanto eu viver porque somos a mesma pessoa.
Cresci tão depressa que te apanhei. Começo a ter cabelos brancos como os teus, as mesmas manchas na pele e a articulação que te doí em mim começa a falhar.
Tudo em ti é eu. A excepção da demonstração de amor. Porque não consigo dar-te o meu amor da mesma forma que me deste o teu?
Apesar de desnecessário disseste-o tantas vezes e eu já o tinha sentido em todos os teus gestos. Tudo o que fazes por mim é amor. Tu és a definição. Tu és amor.
Nunca um verbo foi tão cheio!
Lembro todas as palavras e ensinamentos, lembro todos os gestos e reprovacoes, os ralhetes e "secas", os falsos moralismos, como lhe chamavam, lembro os teus defeitos de carácter e amo cada um deles.
Estou aqui, ao teu lado ate ao fim. Se partires procurar-te-ei até renasceres, serei tu na perfeição que desejaste ter. Amo-te Mãe, da-me outra vez o teu colo.
2 comentários:
Está espectacular!
Gostei muito deste texto que dedicaste à tua mãe! Ela gosta também muito de ti!
Sabes que sei o que sentes agora... Sabes que ainda hoje me dói horrores, sei que sabes, chorei-a muitas vezes no teu ombro. E só tenho pena de não ter estado ai para te dar o meu... Mas sei que me desculpas, e sei que sabes que quando voltar arranjo maneira de te ver...
Não te darei conselhos de ualquer outra espécie, sou uma miúda ao teu lado, mas neste assunto tenho algo para te dizer... Serena o teu coração e guarda tudo o que ela te deu, guarda tudo e nunca te esuqças, que venha quem vier, ela foi a pessoa que mais te amou, assim como tu a amas-te a ela. Foi, e é, uma grande mãe, uma grande avó (que ainda teve espaço para os netos adoptivos como eu) e sobretudo uma GRANDE mulher, e nunca, nunca vai deixar de o ser.
Desculpa invandir o teu cantinho... Podes sempre invadir o meu se quiseres =)
Gosto de ti, e eu sei que tu sabes isso!
FORÇA!
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