terça-feira, 12 de abril de 2011

Ainda que...




Ainda que não me sintas, toca-me, estende a mão e toca-me,

ainda que a minha pele seja um vidro, frio e inerte,

sente-me, dou-me -te e não me tens!

ainda que escreva em entrelinhas, e metade dos meus pensamentos

te perturbem a compreensão, ainda que não me vejas,

 lê nos meus olhos, o quanto te quero.

Ainda que as nossas vidas jamais se cruzem, 
                    
                                 tem-me por breves momentos,

toca-me a alma e lê-me no auge das emoções...

Ainda que as minhas palavras sejam cinzentas, iriza a tua vida com elas,

sente-as percorrerem-te o sangue, deixa-me entrar em ti...

Ainda que montes e aldeias nos separem, fica em mim,

memoriza-me e salva-me em ti como o teu ficheiro secreto!

Ainda que as minhas palavras tenham a tenacidade da dor,

serão sempre a minha dádiva de seda e algodão,

o que de mais doce tenho para te dar...

Ainda que te me dê, não me tens

e serei sempre tua.



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